domingo, 14 de setembro de 2014

O JULGAMENTO DE CAPITU

CARTAZ PARA O ESPETÁCULO! uhuuuuuuuuuuuuuuuu

MAS COMO SE ESCREVE?

mas eu precisava dessa tirinha há muito mais tempo! Enfim... ela chegou! PERFEITA! E como não poderia deixar passar...
EXPLICAÇÃO GRAMATICAL:


Os Levados da Breca Nº 832 - Mistérios da vida

(Tirinha retirada do http://www.oslevadosdabreca.com/os-levados-da-breca-832-misterios-da-vida/)

MAS e MAIS

- MAS indica sempre uma contradição em relação a algo anterior e pode ser substituído por PORÉM (é uma conjunção coordenada adversativa, de oposição).
Ex,: Estudou MAS não fez uma boa prova. (há uma contradição! esperava-se uma boa bota, afinal ele estudou!)

- MAIS indica intensidade de algum termo que ele acompanha. (pode ser substituído por MENOS)
Ex.: Hoje, estou MAIS cansado que ontem. (Substituindo por menos percebe-se que cabe perfeitamente)

E AINDA EXISTE O 'MÁS'

- MÁS é o plural do adjetivo MÁ, de malvada. (oposto de 'boas')
Ex.: As  garotas foram MÁS com ele.

São dicas simples, MAS é sempre bom relembrar um pouco MAIS!

quinta-feira, 19 de junho de 2014

BRINCANDO COM AS PALAVRAS



Por isso que eu estudo LETRAS! olha a ironia da notícia: "Árbitro português não perdoou a agressão de SONG, jogador dos Camarões, a Mandzukic, da Croácia.", ou seja, para uma linguagem mais INformal: "SONG bate sem DÓ!" (kkkkkk às vezes uma música desafinada precisa ser colocada no ritmo certo) - heterogeneidade da linguagem!

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

POEMAS ATRIBUÍDOS A AUTORES FAMOSOS

Embora sejam bonitas as palavras, quem conhece um pouco das características do autor, desconfia da autoria quando lê... Nesse poema, atribuído a Pessoa (campeão de atribuições) a única frase realmente dele é a última, encontrada no Tabacaria, Álvaro de Campos (heterônimo de Pessoa), verso 65º. Mas vale a pena ler!



Quero tudo novo de novo. Quero não sentir medo. Quero me entregar mais, me jogar mais, amar mais.Viajar até cansar. Quero sair pelo mundo. Quero fins de semana de praia. Aproveitar os amigos e abraçá-los mais. Quero ver mais filmes e comer mais pipoca, ler mais. Sair mais. Quero um trabalho novo. Quero não me atrasar tanto, nem me preocupar tanto. Quero morar sozinha, quero ter momentos de paz. Quero dançar mais. Comer mais brigadeiro de panela, acordar mais cedo e economizar mais. Sorrir mais, chorar menos e ajudar mais. Pensar mais e pensar menos. Andar mais de bicicleta. Ir mais vezes ao parque. Quero ser feliz, quero sossego, quero outra tatuagem. Quero me olhar mais. Cortar mais os cabelos. Tomar mais sol e mais banho de chuva. Preciso me concentrar mais, delirar mais.Não quero esperar mais, quero fazer mais, suar mais, cantar mais e mais. Quero conhecer mais pessoas. Quero olhar para frente e só o necessário para trás. Quero olhar nos olhos do que fez sofrer e sorrir e abraçar, sem mágoa. Quero pedir menos desculpas, sentir menos culpa. Quero mais chão, pouco vão e mais bolinhas de sabão. Quero aceitar menos, indagar mais, ousar mais. Experimentar mais. Quero menos “mas”. Quero não sentir tanta saudade. Quero mais e tudo o mais. (até aqui é de autor desconhecido)“E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha". (Fernando Pessoa)

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

CRÔNICA


KISS – O ÚLTIMO BEIJO

O primeiro beijo a gente nunca esquece! Pode ser bonito, feio, demorado, rapidinho, roubado, tímido, esperado, sonhado. Em geral, e depende do tempo em que isso aconteceu, sorrimos do nosso comportamento nesse momento tão especial e esperado.
O último beijo não tem a mesma lembrança. Os principais jornais de todo o mundo noticiaram um triste último beijo. Na madrugada de sábado, para muitos jovens de Santa Maria-RS o beijo foi o último. Talvez alguns presentes ainda nem tivessem a experiência do primeiro. Mas foi o último.  Também difícil de esquecer!
Quantos sonhos amontoados em um só lugar? Alguns na expectativa da conclusão da faculdade. Outros comemorando a entrada nela. Alguns querendo diversão com amigos, namorados, parentes. Outros acompanhar o trabalho de sua banda favorita. Alguns comemorando aniversários. Outros apenas acharam algo interessante para se fazer em um sábado à noite.
O ambiente era de festa! Se você estivesse lá pensaria nas condições de segurança? Quando somos impelidos a ir a uma festa, implicitamente sabemos que voltaremos! Muitos sábados na boate Kiss, como em várias boates pelo país, deram certo. Ninguém imaginaria que algo tão ruim pudesse acontecer. Talvez alguém tenha se desentendido no interior da casa de shows, mas rapidamente conseguiu contornar a situação, pois o mais importante era aproveitar o momento de diversão.
Mas uma confusão não conseguiram contornar. Em alguns segundos apenas, a tragédia ganha uma proporção inimaginável. Tumulto, gritos, correria, fumaça, escuridão. Cada um tentando se salvar, procurando uma saída. Mas não havia saídas suficientes. As saídas imaginadas acabaram sendo a última porta a cruzar. Aquilo não fazia parte da festa!
Minutos tornaram-se horas intermináveis. Aqueles que conseguiram sair do horror não acreditavam no que estava acontecendo. Alguns voltavam para procurar seus parceiros que se perderam na confusão. Ficaram lá! E não voltariam mais...
Uma grande comoção! Os números de mortos foram aumentando. Os caminhões chegavam. E corpos iam sendo amontoados para serem removidos daquele caos. Mas o caos se estabelecia por toda a cidade. Parentes foram acordados na madrugada. Quando o telefone toca de madrugada você já imagina algo ruim. E as notícias foram chegando.
Apesar de tantos esforços, muita coisa não foi suficiente. As picaretas para abrir as paredes não foram suficientes. Os tubos de oxigênio e máscaras não foram suficientes. Os leitos na cidade não foram suficientes. Os carros fúnebres disponíveis não foram suficientes. As pás, que antes eram utilizadas para abrir os túmulos no cemitério da cidade, não foram suficientes. Maquinários pesados foram solicitados para atender a demanda. Nem os cemitérios foram suficientes. Quem procurou coroas de flores para fazer a última homenagem, também não achou. Até as flores foram insuficientes.
Este último beijo ninguém quis. O último beijo agora é dado pela mãe, pai, namorados, parentes e amigos que estavam do lado de fora. E isso é inesquecível!
(ALDENIR MALLER)
28/01/2013

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

FORMATURA DO 9.º ANO


DISCURSO DE FORMATURA: BEM MAIS QUE PALAVRAS...
Boa noite a todos os presentes: professores, diretores, coordenadores, supervisores, familiares, amigos e claro, uma boa noite aos meus queridos afilhados!
A Beatriz, por ocasião da escolha do paraninfo da turma, chegou para mim e disse: - Sinta-se honrada! E realmente, ela tinha razão... senti-me honrada. Não sei quem está mais feliz e orgulhosa – se vocês aí recebendo o canudo ou se eu aqui discursando como paraninfa. O orgulho que eu tenho de estar aqui é porque eu considero o trabalho de professor como algo relevante e significativo para mudar o mundo e desenvolver as pessoas. E falo isso em nome de todos os professores aqui presentes, que fizeram parte da trajetória de vocês e que de alguma forma conseguiram transformar suas vidas.
Conheço pouco de cada um de vocês, mas o suficiente para ter certeza de que vocês são capazes de fazer muito além daquilo que vocês demonstraram até aqui. Estamos entregando vocês para uma nova etapa como um tesouro inestimável. Sei que daqui pra frente vocês vão entender o porquê de estudar tanto e para que isso nos servirá. Até vão entender o porquê dos platelmintos, ah! Que vermes chatos (literalmente falando claro profe Anielly)... Garanto, vocês nunca mais esquecerão esse nome.  E as Coordenadas Geográficas da prof. Jocelaine?  aquelas linhas imaginárias usadas para identificar pontos em qualquer ponto da superfície terrestre... e você provavelmente ficava tentando pronunciar o Greenwich e o professor sempre te corrigindo e você vai entender que esse conhecimento de base fará uma grande diferença. Inevitavelmente vão lembrar do professor Edilson dizendo: “Ao estudar a história nos deparamos com o que os homens foram e fizeram, e isso nos ajuda a compreender o que podemos ser e fazer” e darão total razão a ele. E o que dizer da Matemática? Sei que tem alguns aí que tiveram até um calafrio agora, lembrando do seno, cosseno e tangente. Decorou aquela tabelinha que a profe Márcia passou dos ângulos de 30, 45 e 60 graus, sabia que seno é igual ao cateto oposto sobre a hipotenusa e fica pensando o que um cara de nome Hiparco tinha na cabeça ao inventar tudo isso e você anos depois tem que saber? Mas te garanto, você terá que estudar isso no ensino médio também e depois, e depois... Do you speak english? Provavelmente já entenderam o recado da teacher Taty que uma segunda língua é sumamente importante e quanto antes vocês a dominarem, tanto melhor. Entenderão porque a professora Monique enfatizava tanto a importância de ter noção de tamanho de quadras, medidas oficiais de campos, movimentos do corpo quando infelizmente alguns alunos por aí só entendem educação física como um tempo em que não se faz nada a não ser pegar em uma bola. Por que ter um olhar mais profundo sobre o mundo da Arte da profe. Mariana requer um conhecimento crítico e um despertar de criatividade e não simplesmente uma folha sulfite com uns rabiscos. Daqui para frente, as aulas de música, infelizmente não fará parte do currículo escolar não é profe. Elisangela e vocês provavelmente se lembrarão da máxima: “a música é o remédio da alma”. O que dizer das aulas de informática? Em comparação a algumas disciplinas professor Thiago, dá muito bem para pensar: “ooo concorrência desleal”, mas espera-se que as dicas de como utilizar o computador como ferramenta em seus aprendizados tenham sido muito mais significante que navegar sem um objetivo. Em um colégio, com educação cristã, ter aula de religião parece até pleonasmo, mas certamente vocês tiveram discussões interessantes com o professor ............................
sobre o relacionamento Deus e o homem, inclusive dentro da escola e não só roupagem de final de semana. E isso queridos, vocês levarão para a vida toda! E falando em pleonasmo... claro, não poderia deixar de falar da língua portuguesa... Ah “última flor do Lácio, inculta e bela...” Sujeitos determinados e indeterminados com seus verbos transitivos e intransitivos e seus predicados, que estavam mais para prejudicado... E a parte das orações subordinadas e coordenadas? que coisa linda... ouvia-se alunos falando tanto em oração, principalmente em dia de prova... coisa bonita de se ver... E de oração em oração vocês chegaram até aqui!
Olhando para vocês, (e sei que isto é compartilhado pelos professores também) dá até vontade de aproveitar esta oportunidade de ouro para tentar fazer o que eu não consegui fazer durante o ano inteiro: dar uma aula em que seja possível ver o final com vocês tão quietinhos e compenetrados...
Mas como tudo tem um desfecho, gostaria que vocês agora olhassem aí os colegas que estão do lado de vocês.
Isso não é uma despedida. Alguns de vocês conviveram desde a educação infantil até agora e provavelmente ainda se encontrem nos anos vindouros como colegas de ensino médio e faculdade. E provavelmente lembrarão daqueles bons tempos (a gente acaba achando bons depois que passaram – vocês vão ver). Cultivem isso sempre. As lembranças são que nos fazem querer acertar mais, reproduzir o que deu certo e sorrir das situações diversas por que passamos juntos.
E não se esqueçam de nós... pois certamente nos lembraremos de vocês para sempre!
Parabéns a todos.
Obrigada!

domingo, 12 de fevereiro de 2012

HORA DO CONTO

Uma idéia toda azul: lindo conto Marina Colasanti

Um dia o Rei teve uma idéia. Era a primeira da vida toda, e tão maravilhado ficou com aquela idéia azul, que não quis saber de contar aos ministros. Desceu com ela para o jardim, correu com Ela nos gramados, brincou com ela de esconder entre outros pensamentos, encontrando-a sempre com igual alegria, linda idéia dele toda azul.
Brincaram até o Rei adormecer encostado numa árvore.
Foi acordar tateando a coroa e procurando a idéia, para perceber o perigo. Sozinha no seu sono, solta e tão bonita, a idéia poderia ter chamado a atenção de alguém.
Bastaria esse alguém pegá-la e levar. É tão fácil roubar uma idéia: Quem jamais saberia que já tinha dono?
Com a idéia escondida debaixo do manto, o Rei voltou para o castelo. Esperou a noite. Quando todos os olhos se fecharam, saiu dos seus aposentos, atravessou salões, Desceu escadas, subiu degraus, até Chegar ao Corredor das Salas do Tempo.
Portas fechadas, e o silêncio.
Que sala escolher?
Diante de cada porta o Rei parava, pensava, e seguia adiante. Até chegar à Sala do Sono.
Abriu. Na sala acolchoada os pés do Rei afundavam até o tornozelo, o olhar se embaraçava em gazes, cortinas e véus pendurados como teias.
Sala de quase escuro, sempre igual. O Rei deitou a idéia adormecida na cama de marfim, baixou o cortinado, saiu e trancou a porta.
A chave prendeu no pescoço em grossa corrente. E nunca mais mexeu nela.
O tempo correu seus anos. Idéias o Rei não teve mais, nem sentiu falta, tão ocupado estava em governar. Envelhecia sem perceber, diante dos educados espelhos reais Que mentiam a verdade. Apenas, sentia-se mais triste e mais só, sem que nunca mais tivesse tido vontade de brincar nos jardins.
Só os ministros viam a velhice do Rei. Quando a cabeça ficou toda branca, disseram-lhe que já podia descansar, e o libertaram do manto.
Posta a coroa sobre a almofada, o Rei logo levou a mão à corrente.
Ninguém mais se ocupa de mim - dizia atravessando salões e descendo escadas a caminho das Salas do Tempo - ninguém mais me olha. Agora posso buscar minha Linda idéia e guardá-la só para mim.
Abriu a porta, levantou o cortinado.
Na cama de marfim, a idéia dormia azul como naquele dia.
Como naquele dia, jovem, tão jovem, uma idéia menina. E linda. Mas o Rei não era mais o Rei daquele dia.
Entre ele e a idéia estava todo o tempo passado lá fora, o tempo todo parado na Sala do Sono. Seus olhos não viam na idéia a mesma graça. Brincar não queria, nem Rir. Que fazer com ela? Nunca mais saberiam estar juntos como naquele dia.
Sentado na beira da cama o Rei chorou suas duas últimas lágrimas, as que tinha guardado para a maior tristeza.
Depois baixou o cortinado, e deixando a idéia adormecida, fechou para sempre a porta.

(Este conto, de Marina Colasanti, faz parte do livro com o mesmo nome. Global Editora e Distribuidora)